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Ela se inicia, normalmente, entre 45 e 70 anos de idade, com a maior incidência durante a sexta década de vida. É infrequente a apresentação antes dos 30 anos e o Parkinson ocorre principalmente no gênero masculino.
As características clínicas do mal de Parkinson são compostas pela tétrade: tremor de repouso, bradicinesia (dificuldade em iniciar os movimentos), rigidez e instabilidade postural. Usualmente, também tem como característica a assimetria do tremor e sintomas motores, sendo que um lado do corpo é normalmente pior do que o outro.
Porém, apesar dos sintomas motores serem as principais características do Parkinson, os pacientes também podem apresentar sintomas não motores como: alteração na expressão facial ( também conhecido com hipomimia), festinação de marcha (“andar contando moedas”), alteração da fala, alteração da escrita com a diminuição do tamanho das letras, alteração do balanço do braço durante o andar, diminuição da olfação, suor excessivo, problemas gastrointestinais , depressão, constipação, dificuldade para dormir e comprometimento cognitivo nas fases mais avançadas.
O mal de Parkinson é uma doença neurodegenerativa em que ocorre a depleção das células dopaminérgicas (que produzem a dopamina) na substância nigra mesencefálica. Desta forma, o cérebro evolui com redução deste importante neurotransmissor, principalmente nos núcleos da base, área cerebral importante na regulação dos movimentos do corpo. Além disso, observa-se que há o aparecimento de Corpúsculos de Lewy formados por um agregado de proteínas (alfa-synucleina) na região em que ocorre a depleção dos neurônios dopaminérgicos.
Ainda não se sabe ao certo o que causa o Parkinson, mas estudos tem avançado no melhor entendimento da sua etiologia.
Existe a forma familiar da doença, em que há uma mutação genética que pode ocorrer em diversos genes ( Ex: SNCA, LRRK2, GBA, UCHL1, VPS35, PRKN, PINK1, ATP13A2, PLA2G6, DNAJC6, SYNJ1, DJ-1/PARK7 e FBXO7). Porém, a Doença de Parkinson familiar (doença em que há mutação genética) é menor do que 5% dos casos.
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Ainda não existe um tratamento com a cura para esta doença. Os tratamentos mais modernos visam atuar, principalmente, nos sintomas motores com a melhora da qualidade de vida do doente. O padrão ouro, atualmente, é através da atuação multidisciplinar entre diversos especialistas como Fisioterapeutas, Terapeutas ocupacionais, Fonoaudiólogos, Neurologistas e Neurocirurgiões. Uma boa equipe multidisciplinar é capaz de auxiliar na reabilitação em diversas áreas atingindo uma independência funcional e melhora na qualidade de vida do doente.
O uso de medicamentos é a terapia de escolha nas fases iniciais da doença com boa resposta no controle do tremor e dos outros sintomas motores e devem ser usados conforme a orientação de um neurologista especializado. Além disso, a boa resposta à levodopa é uma ferramenta importante para o diagnóstico desta doença, uma vez que outras doenças que se assemelham a Doença de Parkinson têm menor resposta terapêutica a esse medicamento.
Atualmente, o tratamento de escolha é a terapia medicamentosa com o uso de levodopa, agonistas dopaminérgicos, anticolinesterásicos, inibidores da MAO-B e Inibidores da COMT. A escolha do tratamento medicamentoso para a doença de Parkinson varia de acordo com o paciente e sua condição individual. O tratamento pode ser ajustado periodicamente com base na evolução da doença e no surgimento de efeitos colaterais.
A cirurgia é indicada naqueles pacientes que ja apresentaram uma boa resposta à terapia medicamentosa e estão perdendo os efeitos positivos dos medicamento, ou estão apresentando efeitos colaterais devido à necessidade de altas doses destes.
Este tipo de cirurgia foi introduzida em 1997 no tratamento do Mal de Parkinson, porém a técnica de neuroestimulação por corrente elétrica já era utilizada desde os primórdios da medicina. Em 1987, descobriu-se que o uso da estimulação elétrica em altas frequências (Ex: 100Hz) é capaz de simular os efeitos das lesões provocadas nas talamotomias e palidotomias, procedimentos esses que eram o tratamento de escolha nos casos de Doença de Parkinson refratária no século passado. A capacidade da estimulação cerebral profunda em tornar os efeitos reversíveis tornou este método muito mais atrativo do que a realização de lesões durante os procedimentos cirúrgicos e desta forma, o uso do DBS se tornou uma das principais ferramentas na Neurocirurgia moderna.
Atualmente, o procedimento de implante de DBS tem três principais pilares para se atingir o melhor resultado cirúrgico e dessa forma a melhor resposta terapêutica. Esses pilares são: um exame de imagem de alta qualidade com exame de ressonância magnética de alta resolução; a eletrofisiologia com microregistro cerebral intraoperatório; e a avaliação clínica intraoperatória, buscando o melhor resultado clínico e evitando efeitos colaterais já durante o procedimento cirúrgico. Dessa forma, é necessária uma equipe multidisciplinar com anestesistas, neurofisiologistas, biomédicos e neurocirurgiões altamente especializados neste tipo de procedimento.
Esperamos que o artigo tenha ajudado. No entanto, caso ainda tenha alguma dúvida sobre o assunto, entre em contato. Nossa equipe está à sua disposição!
Médico formado pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo com residência médica em Neurocirurgia na Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e especialização em Neurocirurgia Funcional, voltado no tratamento de Distúrbios do Movimento (como na Doença de Parkinson, Distonia e Tremor Essêncial), tratamento da Dor Crônica e Espasticidade.
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